São inúmeras e riquíssimas as contribuições que a arte pode dar para a educação – e vice-versa. Muito além que conhecimentos acadêmicos, a união de arte e educação é fundamental para a formação de cidadãos conscientes e críticos de seu papel no mundo. É pensando nisso que a Escola Sesc de Ensino Médio promove e sedia diversas programações culturais, abertas a estudantes, docentes, funcionários e a toda a comunidade do Rio de Janeiro – tais como a Mostra Sesc de Cinema e o projeto Venturas, iniciados em junho no Espaço Cultural Escola Sesc.

A 2ª edição da etapa fluminense da Mostra Sesc de Cinema promove, de 11 a 26 de junho, sessões de curtas e longas-metragens, documentais e de ficção, de novos e consagrados cineastas nascidos ou atuantes no Rio de Janeiro. A entrada é gratuita e, após as sessões, cineastas, elenco e equipe conversam com o público em um debate descontraído e aberto à participação de todos.

A primeira semana já foi um retrato da pluralidade de temas e profissionais inseridos nos 17 filmes selecionados (entre os 139 inscritos apenas no estado do Rio de Janeiro). No dia 11, a tela se iluminou com o documentário Dedo na Ferida, do renomado cineasta Silvio Tendler, diretor de documentários como Encontro com Milton Santos (2006) e Os Anos JK (1981), entre outros. A sessão ficou completa com os curtas Travessia (documentário de Thiago Antunes) e O Churrasco (ficção de Gabriel Figueira).

Emmanuelle Pradalié (viúva do corroteirista de Dedo na Ferida, Sergio Barbosa de Almeida) e os produtores Olímpio Alves dos Santos e Clovis Nascimento juntaram-se ao cineasta iniciante Gabriel Figueira para o debate após a sessão, do qual participaram também alunos e professores das escolas convidadas Caic Euclides da Cunha (de Rio das Pedras), Ciep 392 Mario de Andrade (de Santa Cruz) e Colégio Estadual Hebe Camargo (de Pedra de Guaratiba).

Olímpio Alves dos Santos, Emmanuelle Pradalié e Clovis Nascimento

O Teatro da Escola Sesc recebeu, na noite do dia 12 de junho, os cineastas Yasmin Garcez (do longa Delicadeza é Azul), André Glasner (do curta-metragem Epílogos) e Luciano Pérez Fernández, acompanhado da produtora Érika Azevedo (do curta Boca de Fogo). A sessão incluiu ainda o curta Fantasia Improviso – Primeiro Movimento (de Duda Gorter). Após a exibição, foi realizado debate entre os convidados e a plateia – na qual estavam estudantes e docentes das escolas CIE Miécimo da Silva (de Campo Grande), Escola Municipal Albert Sabin (de Vila da Penha) e Colégio Estadual Charles Chaplin (Campinho). Tanto para realizadores, como para visitantes, foi uma oportunidade ímpar de troca de ideias. “O investimento que o Sesc faz em cultura é uma das coisas mais especiais que temos”, disse a diretora Yasmin Garcez.

A Mostra Sesc de Cinema tem sessões ainda nos dias 18 e 19 de junho, a partir das 19h. No dia 26, a partir das 19h30, ocorre exibição de curtas-metragens indicados para concorrer na Mostra Nacional e, em seguida, cerimônia de premiação. A ação, desenvolvida pelo Sesc em âmbito nacional, tem como objetivo principal promover a difusão da produção cinematográfica brasileira – especialmente aquela que não chega ao circuito comercial de exibição – e, assim, contribuir para a força do setor audiovisual no Brasil.

+ Confira a programação completa da Mostra Sesc de Cinema

A diretora Yasmin Garcez (de preto) e estudantes de uma escola visitante

Os povos e suas terras

Com o objetivo de aprofundar as discussões sobre questões ligadas à diversidade étnica e cultural de povos, grupos e nações do Brasil e do mundo, o projeto Venturas, em sua primeira edição, promove, em três quintas-feiras de junho (dias 14, 21 e 28), atividades culturais e formativas que ampliam debates sobre os modos de vida, línguas, territórios e expressões culturais destes povos.

A curadoria do projeto propõe debates e atividades de fruição artística propostas a partir da imagem de três povos em suas relações com a terra: os “donos da terra”, os povos originários, indígenas, quilombolas e demais populações e comunidades tradicionais do Brasil; os “povos em busca de uma nova terra”, as populações migrantes, que buscam construir novas vidas e histórias em outros territórios; os “povos cuja terra foi negada”, grupos e populações em situação de refúgio, em virtude das crises humanitárias, guerras, perseguições políticas e graves violações de direitos humanos.

O primeiro dia de atividades do Venturas começou, à tarde, com o debate Territórios físicos e simbólicos, do qual participaram Michael Oliveira Baré, indígena Baré-Mawé, do Amazonas, e professor e mestrando em História; e Laura Santos, quilombola, pedagoga e militante em educação e cultura. Às 19h30, foi exibido o documentário Ex-Pajé, do cineasta e roteirista Luiz Bolognesi. O longa-metragem acompanha a história de um poderoso pajé de Rondônia que passa a questionar sua fé depois que uma missão evangelizadora julga sua religião como demoníaca. O filme ganhou o prêmio Abraccine, da Associação Brasileira de Críticos de Cinema, do Festival É Tudo Verdade, e o prêmio especial do Júri Oficial de Documentários da Mostra Panorama do Festival de Berlim.

Estudantes e docentes dos Cieps 392 Mario de Andrade (de Santa Cruz) e Yuri Gagarin (de Bonsucesso) integraram a animada plateia do Espaço Cultural Escola Sesc.

+ Confira a programação completa do Venturas

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