É sempre tempo de plantar e colher valores e iniciativas sustentáveis, voltados à preservação do meio ambiente e da vida na Terra. Foi com esse objetivo que a Escola Sesc de Ensino Médio promoveu, no dia 6 de junho, diversas atividades pedagógicas voltadas à celebração e à conscientização sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente (ocorrido na véspera).
Todas as turmas da 1ª série – aproximadamente 165 estudantes – participaram de atividades que envolveram as áreas de Ciências Naturais (Biologia, Química), Matemática, Ciências Humanas (Geografia, Sociologia) e Códigos e Linguagens (Língua Portuguesa, Línguas Estrangeiras, Artes Visuais, Música, Ed. Física). As tarefas foram propostas na metodologia de Rotação por Estações – uma das modalidades do Ensino Híbrido que, para potencializar o aprendizado, combina espaços, ferramentas e estilos de ensino. Na Rotação por Estações, são criados circuitos – um ou mais por sala de aula – nos quais os estudantes realizam, em rodízio, tarefas diferentes acerca do mesmo tema central.
Divididos em equipes de seis ou sete integrantes, os estudantes soltaram a criatividade nas atividades que envolveram Artes e Linguagens. Na estação de Língua Portuguesa, os jovens tiveram cerca de 25 minutos para elaborar e redigir uma narrativa ficcional sobre a temática ambiental que tivesse, entre os personagens, um herói, um vilão e um cidadão comum. Esses mesmos personagens, na estação de Artes, deveriam ser personificados em bonecos criados a partir de materiais reciclados, como garrafas pet, retalhos de tecido, botões etc., “a fim de reforçar a importância do reaproveitamento de materiais”, como pontuou Juan Pablo Martin, professor de Música. Em seguida, usando os conhecimentos adquiridos em Línguas Estrangeiras, herói, vilão e cidadão comum ganharam nomes em Espanhol, Francês e Alemão – três idiomas oferecidos no Currículo Hackeado. E não parava por aí: a história e os bonecos criados deveriam estar presentes em um vídeo produzido com o celular pelos próprios estudantes, com duração entre um e dois minutos. Acompanhando a leitura das narrativas, realizada ao vivo, a trilha sonora era escolhida com o auxílio dos docentes de Música.
Também em alinhamento às questões ambientais e trazendo a ludicidade para o centro da atividade pedagógica, a equipe de Educação Física propôs, em sua estação, a construção de brinquedos como bilboquê e objetos como porta-lápis, utilizando materiais reciclados e ornamentando-os com tecido e papel.
Terra para o pé, firmeza, terra para a mão, carícia
As atividades organizadas pela equipe de Matemática tinham como objetivo final levar do campo das ideias para a realidade prática os conhecimentos ambientais que os estudantes já têm. Para tanto, após a exibição de vídeos nos quais os saberes dos participantes foram reavivados, organizou a construção de algoritmos (fluxogramas) nos quais questões ambientais importantes pudessem se tornar tangíveis e os erros mais comuns pudessem ser visualizados.
Tendo como base o dia a dia no campus, os estudantes escolhiam um dos três eixos de trabalho propostos – água, plástico e economia de energia – para construir, com barbante e papelão, seus algoritmos. Por exemplo: partindo de questões práticas como “como fazer o descarte do plástico?”, caminhos foram surgindo a partir das conclusões coletivas. “A grande maioria dos resultados apontou para respostas comuns. Isto é: todos sabemos o que precisa ser feito”, conta a professora de Matemática Danielle Gonçalves Nascimento. Como desdobramento da atividade, as equipes pretendem apresentar os trabalhos a toda a comunidade escolar, em assembleias e reuniões do grêmio estudantil, tornando a todos mais conscientes de que muitas das soluções partem de atitudes simples, que estão em nossas mãos.
Que a força mande coragem pra gente te dar carinho
As turmas de 2ª série também aprenderam mais sobre o meio ambiente no dia 6. Os professores Bianca Braun e Leonardo Bastos (integrante da equipe de Ciências Humanas da Escola Sesc) proferiram, no mezanino da Biblioteca, a palestra Sistema de Produção e Meio Ambiente.
Atividades pedagógicas também foram propostas fora dos muros da Escola Sesc. Os estudantes da 1ª série, divididos em grupos de três ou quatro turmas, realizaram passeio guiado pelo Complexo Lagunar da Barra da Tijuca, nas proximidades da Escola Sesc. A visita é feita a bordo da ecobalsa, uma embarcação que começa navegando pela Lagoa de Marapendi e termina na Lagoa da Tijuca, próximo à Ilha da Gigoia.
Ao longo do trajeto, os estudantes visitam tanto regiões degradadas, como áreas preservadas, e podem observar o contraste. Segundo o professor de Biologia Fernando Ramos, uma das riquezas da atividade é a chance de conhecer estuários e manguezais, “ambientes de fundamental importância para a vida marinha”. A visita guiada é a coroação de diversas ações realizadas pela equipe de Ciências Naturais ao longo do primeiro trimestre, como análise do degradê de poluição e do oxigênio dissolvido nas águas do rio Arroio Fundo (que verifica a concentração de O2) e a visita ao Parque Pedra Branca.
Mas não apenas a Biologia é ferramenta para a análise desses ecossistemas. As consequências da ação humana na natureza são assunto também do ponto de vista da Geografia. Conta o professor Tiago Vasconcelos: “Na atividade, os estudantes puderam verificar, por exemplo, como a expansão imobiliária em direção à Barra e ao Recreio impactaram o Complexo Lagunar da Barra da Tijuca. Isso falou mais alto que a conservação do meio ambiente”.
Concebida como um mosaico, a visita direcionou o olhar dos estudantes a partir de perspectivas diversas. As pesquisas e conclusões dos vários grupos ficam disponíveis para que todos os participantes da atividade possam realizar a próxima tarefa: a construção de publicações específicas para diferentes públicos-alvo: documento para representantes do poder público, artigo para professores de todo o país, matéria jornalística para mídias tradicionais (jornais, revistas), relatório para organizações não-governamentais e videodocumentário para canais na internet. A proposta da consolidação da pesquisa em um documento final é realizada pela primeira vez este ano, ainda que a visita guiada e as atividades a ela atreladas já ocorram desde 2015.
Esse somatório de conhecimentos – Biologia, Matemática, Artes, Língua Portuguesa e Idiomas, Geografia, História, Educação Física – promove muito mais que o ensino de conteúdos acadêmicos e transversais, como orienta a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ao propor vivências reais, tarefas criativas e atividades práticas e lúdicas, possibilita o desenvolvimento de cidadãos responsáveis e conscientes de seu lugar no mundo, e mais: com amor e respeito por este planeta em que habitamos. Como diria o poeta, “por mais distante o errante navegante, quem jamais te esqueceria?”.
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