A segunda edição do projeto Venturas propõe reflexões sobre as relações entre cultura e territorialidades, a partir do tema “Cidade e Diferença”. A programação acontecerá ao longo do mês de junho de 2019 no Espaço Cultural Escola Sesc, incluindo mesas de debates, processos formativos, além de apresentações artísticas. A programação trabalha em duas perspectivas: por um lado, como a diferença cultural aparece na formação de desigualdades de acesso a uma “cidade de direitos”; por outro, como a arte e a produção cultural podem atuar como meios de ampliação do debate público, exercício de direitos e disputas de imaginário sobre a cidade. Por meio da participação de grupos artísticos e culturais, representantes de instituições, pesquisadores e demais atores sociais envolvidos no tema, pretende-se trabalhar questões como: cidadania cultural e direito à cidade; identidades e territorialidades urbanas; deslocamentos culturais e mobilidade urbana; acessibilidade e cidadania de pessoas com deficiência; dentre outros temas.

AUDIODESCRIÇÃO LAB

AudiodescriçãoLAB é uma Proposta Expandida, parte das programações do circuito Palco Giratório 2019, circulando diferentes cidades que recebem os espetáculos do projeto. A ação engloba: uma oficina de teatro para experimentação cênica; a apresentação de um espetáculo com recurso de audiodescrição; ação de mediação preparatória para esse espetáculo; e um pensamento giratório, proporcionando um debate sobre os temas das artes cênicas e da acessibilidade. Sua realização no Espaço Cultural Escola Sesc será feita em conexão com o projeto Venturas, articulando suas ações formativas e de mediação cultural com a programação do mês de junho de 2019.

Ficha técnica:

Andreza Nóbrega – pesquisadora, professora, atriz e audiodescritora

Produção – VouVer Acessibilidade

Danielle França – audiodescritora

Milton Carvalho – consultor

04, 05 E 06 DE JUNHO – TERÇA A QUINTA

14h30: OFICINA – AudiodescriçãoLAB Experimentação cênica

 A oficina propõe uma travessia pela linguagem teatral através do intercâmbio entre o universo vidente e não vidente, no qual serão experimentados procedimentos envolvendo a audiodescrição e alguns jogos dos sentidos. A oficina propõe contribuir com o fomento de laboratórios colaborativos para experimentações artísticas tendo a audiodescrição e a multissensorialidade como matriz criativa e estética.

Ementa: Exploração dos sentidos na escrita poética do corpo e da cena. Estudo da audiodescrição como matriz criativa e estética. Experimentações teatrais.

Metodologia: Exposição dialogada dos conteúdos através de vivências práticas. Roda de conversas. Laboratório de experimentação cênica.

Público-alvo: Pessoas com e sem deficiência visual com desejo para experimentarem práticas teatrais em diálogo com a audiodescrição.

Ministrante: Andreza Nóbrega

Consultor: Milton Carvalho

Sobre a ministrante:

Andreza Nóbrega é atriz, audiodescritora e professora de teatro. Doutoranda em Teatro (UDESC), Mestre em educação inclusiva (UFPE), especialista em audiodescrição pela UFJF, arte-educadora graduada em Artes Cênicas (UFPE). Atua no ramo da acessibilidade desde 2010, é sócia fundadora e coordenadora de projetos da VouVer Acessibilidade que desenvolve serviços de acessibilidade. É idealizadora do Encontro de Acessibilidade Comunicacional em Pernambuco, do Experiri Lab de Artista, do Cine Às Escuras: Mostra Erótica de Cinema Acessível e do Cineclube VouVer Filmes.

Serviço:

04, 05 e 06 de Junho (terça a quinta)

Carga horária: 12 horas (03 encontros de 04 horas cada)

Número máximo de participantes: 20

Classificação indicativa: 18 anos

05 DE JUNHO – QUARTA

19h30: PENSAMENTO GIRATÓRIO

“AudiodescriçãoLAB e Acessos nas Artes Cênicas: Ser artista? Ser espectador? Eis uma das questões.”

A acessibilidade é um conceito amplo e que nos convoca a pensarmos sobre a diversidade, a potencialidade criativa e transgressora desse universo nas artes cênicas. Ser artista? Ser espectador: Quais outras questões emergem deste contexto? Propomos refletir sobre algumas estratégias de acessibilidade realizadas em cena e para a cena dialogando com a realidade local das pessoas com e sem deficiência, bem como buscar mapear os profissionais da audiodescrição e coletivos artísticos que trabalham numa perspectiva inclusiva.

07 DE JUNHO – SEXTA

 19h30: MENINES – Espetáculo teatral + bate-papo com artistas

O humor e a leveza são as chaves do espetáculo Menines, escrito por Marcia Zanelatto e dirigido em parceria com Cesar Augusto. 

Com uma sucessão de cenas curtas, Menines explora os afetos humanos através de situações casuais e reveladoras que se passam entre enamorados, como “Romiet e Julieu”, entre amigos como “Casal Grávido”, entre pais e filhos como “Em família” e “No armário”; e, por fim, com “DRAG” faz uma homenagem a Shakespeare que, segundo estudos teóricos, teria inventado esta palavra, ao usá-la como sigla para a rubrica “Dressed as a girl”, em português, vestido como uma garota.

Menines, um espetáculo feito por jovens para todas as plateias, em celebração à alegria de ser e de viver.

Texto: Marcia Zanelatto | Direção: Cesar Augusto e Marcia Zanelatto | Diretor assistente: Pedro Uchôa | Elenco: Agnes Lobo, Bruno Maria Torres, Elisa Caldeira, Ian Belisário, Maíra Garrido, Pedro Marquez e Zane | Atriz especialmente convidada: Simone Mazzer | Direção musical: Luiza Toledo e Maíra Garrido | Direção de movimentos: Lavínia Bizzotto

*A apresentação contará com o recurso de acessibilidade de audiodescrição para pessoas com deficiência visual e baixa visão, por meio da articulação com o projeto AudiodescriçãoLAB.

Local: Teatro

Capacidade: 600 lugares

Classificação indicativa: 14 anos

Duração da atividade: 70 minutos + 30 minutos de bate-papo

12 DE JUNHO – QUARTA

19h30: MESA DE DEBATE: “QUANTAS CIDADES CABEM EM UMA SÓ?”

As cidades são espaços onde diferentes histórias de vida, trajetórias, origens e perspectivas se encontram em um só tempo e espaço. Além dessas diferentes formas de ser e estar no mundo, a cidade também é atravessada por uma série de estruturas de desigualdade social, seja no acesso a emprego, renda e educação ou no direito à cultura, lazer e mobilidade urbana. Essa mesa de debate busca articular dados, pesquisas e vivências.

Convidados:

Vitor Mihessen é de Realengo, neto de imigrantes árabes e nordestinos. Economista formado pela UFRJ, mestre em Ciências Econômicas e especialista em políticas públicas pela UFF. Por gastar 30% da sua bolsa com o deslocamento, estudou na graduação o peso do transporte no orçamento familiar. Por ter que passar o equivalente a um mês por ano dentro dos trens, fez dissertação sobre o gasto de tempo das pessoas no trajeto casa-trabalho na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. É um dos coordenadores da Casa Fluminense.

Emílio Domingos, cineasta e cientista social formado pela UFRJ, atualmente é mestrando em Cultura e Territorialidades pelo PPCULT – UFF. Diretor, pesquisador e roteirista, com o foco em documentários e antropologia visual. Dirigiu 9 curtas e 3 longas-metragens, dentre eles os longas Deixa na Régua (2016), A Batalha do Passinho (2013), e L.A.P.A. (2008). Foi pesquisador em filmes como Mistério do Samba (2008) e Pierre Verger (2000) entre outros. No momento realiza o seu quarto longa metragem intitulado Favela É Moda e roteiriza um documentário sobre Gilberto Gil.

Mediação:

Ricardo Correia é terapeuta ocupacional. Professor no departamento de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre e doutor em Ciências da Saúde, desenvolve pesquisa nos temas de direito à cidade, políticas culturais e acessibilidade de pessoas com deficiência.

Local: Teatro

Capacidade: 600 lugares

Classificação indicativa: 12 anos

Duração da atividade: 90 minutos

19 DE JUNHO – QUARTA

19h30: DEIXA NA RÉGUA – Sessão de cinema + bate-papo com artista

Os salões de barbeiro das favelas e dos subúrbios são os lugares onde a nova estética da periferia nasce e se expande. Ponto de encontro dos jovens, os “barbeiros” se tornaram espaços de troca dessa juventude. “Deixa na Régua” entra nesse universo e, entre cortes, giletes e tesouradas, mostra o que se passa na cabeça dos barbeiros e de seus clientes. De Emílio Domingos, mesmo diretor de “A Batalha do Passinho”.

País: Brasil

Gênero: Documentário

Lançamento: 2016

Direção: Emílio Domingos  |  Produção: Osmose Filmes

Local: Teatro

Capacidade: 600 lugares

Duração do filme: 73 minutos

Classificação indicativa: 12 anos

Duração da atividade: 70 minutos + 30 minutos de bate-papo

24 DE JUNHO – SEGUNDA

19h30: QUANDO AS PESSOAS ANDAM EM CÍRCULOS, da Artesanal Cia. de Teatro

Espetáculo teatral + bate-papo com artistas

“Quando as pessoas andam em círculos” é uma fábula teatral voltada para o público jovem, que tem como tema o medo e a angústia no mundo contemporâneo e de como o jovem lida com as incertezas e inseguranças que a modernidade propõe. A dramaturgia, desenvolvida a quatro mãos, apresenta um texto ágil, instigante e inovador, que não oferece respostas prontas, propondo uma reflexão mais profunda sobre os temas apresentados.

O jogo de cena proposto quebra, desde o início, o tipo de representação e o espaço cênico convencionais, inserindo o público no espetáculo sem o distanciamento de uma “quarta parede”. Assim, o jogo ficcional acontece com total participação do espectador, que não consegue diferenciar a estrutura ficcional da realidade. Personagem e ator se confundem causando uma percepção única do espetáculo.

Ficha técnica:

Realização: Artesanal Cia. de Teatro | Duração: 70 minutos | Dramaturgia e Texto: Daniel Belmonte e Gustavo Bicalho | Elenco: Bruno Jablonski, Cirio Acioli, Igor Orlando, Isis Pessino, Leonardo Bianchi e Mag Pastori | Direção: Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves | Direção de produção: Henrique Gonçalves | Produção: Daniel Belmonte | Direção de movimento e Preparação corporal: Paulo Mazzoni | Preparação vocal: Verônica Machado | Cenário: Karlla de Luca e João Bardavidi | Figurinos: Fernanda Sabino e Henrique Gonçalves | Desenho de luz: Rodrigo Belay | Pesquisa musical: Gustavo Bicalho | Desenho de som: Luciano Siqueira

Local: Teatro

Capacidade: 600 lugares

Classificação indicativa: 16 anos

Duração da atividade: 70 minutos + 30 minutos de bate-papo

26 DE JUNHO – QUARTA

19h30: MESA DE DEBATE: “ARTE, CULTURA E OUTRAS CIDADES”

A cidade, para além de um espaço de experiência da desigualdade e da diferença é, também, para muitos artistas e criadores culturais, terreno para disputas de imaginário e fabulação artística. Nessa mesa iremos reunir artistas que participam da programação do projeto, assim como outros artistas que realizam suas produções de modo profundamente conectado com a cidade, em seus diferentes aspectos, para pensar como a arte e a cultura como criadoras de novas cidades.

Convidados:

Marcão Baixada é rapper, produtor e compositor de 25 anos. Fruto de uma realidade que impõe aos moradores a luta diária por condições mais dignas, Marcão é um dos compositores de destaque da nova cena de rap fluminense, mostrando que seja na França, em Miami ou em Nova Iguaçu, talento não tem endereço.

Priscila Bittencourt é graduada em Ciências Sociais e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. É uma das coordenadoras da Peneira, organização que atua com projetos artísticos na região metropolitana do Rio de Janeiro. Juntos, desenvolvem os seguintes temas: arte no espaço público, cultura popular contemporânea, literatura, memória e produção cultural independente.

Local: Teatro

Capacidade: 600 lugares

Classificação indicativa: 12 anos

Duração da atividade: 90 minutos

28 DE JUNHO – SEXTA

19h30: MARCÃO BAIXADA – Show musical + bate-papo com artista

Orgulho. Do que viveu e de quem se tornou. Marcão Baixada carrega o lugar onde nasceu no nome. Lançado em 2018, o EP “Vermelho Outono” ganhou destaque na mídia especializada. No trabalho atual, Marcão narra a experiência de um jovem negro em busca de uma situação melhor, abordando as consequências desta busca. Nesta versão da Jornada do Herói, o personagem se depara com crime e violência, e encontra na música um caminho diferente para sua vida.

Local: Teatro

Capacidade: 600 lugares

Classificação indicativa: 14 anos

Duração da atividade: 1 hora + 30 minutos de bate-papo

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